Morcegos de Ventosas do Gênero Thyroptera

Morcegos de Ventosas do Gênero Thyroptera

Thryoptera discifera. Fonte: https://www.sbeq.net/

Thyroptera é um gênero que abriga uma diversidade surpreendente de espécies. Todos os representantes deste gênero são nativos dos novos trópicos e apresentam adaptações únicas dentro do reino animal.

Evolução do gênero Thyroptera:

A evolução do gênero Thyroptera tem sido objeto de estudo e fascínio entre os cientistas. Estes morcegos têm características únicas, como suas membranas adesivas nos membros, sugerindo uma adaptação evolutiva notável para a vida nas copas das árvores.

Estudos genéticos e morfológicos têm proporcionado insights valiosos sobre a história evolutiva deste grupo, revelando padrões de diversificação e filogenia interessantes.

No entanto, ainda há muito a descobrir sobre a evolução e a história natural destes morcegos de ventosas, e pesquisas futuras certamente nos revelarão mais segredos sobre a sua fascinante jornada evolutiva.

Thyroptera utiliza os discos adesivos circulares na planta do pé e na base do polegar, para pousar dentro de folhas enroladas de Heliconia (Heliconiaceae), Musa (Musaceae), Calathea (Marantaceae), Phenakospermum (Strelitziaceae) e folhas mortas de Musa, Cecropia (Cecropiaceae) ou folhas de palmeira (Arecaceae).

Ventosas nos membros anteriores e posteriores de Thyroptera que lhes permitem aderir a superfícies lisas. Fonte: https://www.sbeq.net/

Ventosas nos membros anteriores e posteriores de Thyroptera que lhes permitem aderir a superfícies lisas. Fonte: https://www.sbeq.net/

Distribuição e riqueza de espécies dentro do gênero Thyroptera:

Os tireopterídeos habitam florestas de baixio do sul do México até o sudeste do Brasil, sendo T. tricolor a espécie mais amplamente distribuída de forma descontínua na América Central, do sul do México até o Panamá, e continuamente na América do Sul, passando pela Colômbia, Venezuela, Guianas, Trinidad, Equador, Peru, Bolívia e Brasil.

O gênero Thyroptera abriga uma diversidade surpreendente de espécies. Atualmente, são reconhecidas cinco espécies distintas:

  1. Thryoptera devivoi Spix, 1823

Distribuição: N,E,C Brazil, SW Guyana

 2. Thyroptera discifera (Lichtenstein & Peters, 1854)

Distribuição: Nicaragua; Panama and Colombia to Guianas, Amazonian Brazil, C Brazil, E Brazil, Peru, and Bolivia

     3. Thyroptera lavali Pine, 1993

Distribuição: Peru, Ecuador, Colombia, Venezuela, Brazil

     4. Thyroptera tricolor Spix, 1823

Distribuição: Veracruz (Mexico) to Guianas, Brazil, Bolivia, and Peru; Trinidad

     5. Thyroptera wynneae Velazco, Gregorin, Voss & Simmons, 2014

Distribuição: Peru, Loreto, Centro de Investigaciones Jenaro Herrera

Reprudução do gêneroThyroptera:

Em um estudo sobre Thyroptera tricolor, foram registrados períodos de gestação de pelo menos 3,5 meses e lactação que dura 4 meses em um único evento reprodutivo anual. Mas o mais surpreendente é o rápido desenvolvimento pós-natal: aos dois meses de idade, já estão voando!

E em apenas 90 dias, alcançam o comprimento do antebraço adulto. No entanto, essa jornada para a maturidade está repleta de perigos: preocupantes 28% das crias não sobrevivem além dos cinco meses. Os sobreviventes permanecem ao lado de sua mãe e do grupo natal por pelo menos um ano.

Essas observações de campo indicam que os machos alcançam a maturidade sexual já aos um ano de idade, enquanto as fêmeas mostram interesse na reprodução após seu primeiro ano de vida.

Essas descobertas nos fazem refletir sobre a complexidade da vida desses misteriosos habitantes da noite e nos instigam a considerar a importância de conservar seu habitat e sua frágil existência em nosso ecossistema.

As ameaças potenciais para os morcegos do gêneroThyroptera:

Perda e degradação do habitat

A perda e degradação do habitat devido ao desmatamento, agricultura intensiva e urbanização. Além disso, a poluição do ar e da água, assim como o uso indiscriminado de pesticidas, podem afetar negativamente essas populações.

Mudança climática

A mudança climática pode alterar os padrões de distribuição e disponibilidade de recursos alimentares, o que poderia ter efeitos negativos na sobrevivência e reprodução dos morcegos neotropicais.

É fundamental abordar essas ameaças por meio da implementação de medidas de conservação eficazes, que incluam:

A proteção de habitats-chave, a regulamentação de atividades humanas e a conscientização pública sobre a importância da conservação desses fascinantes mamíferos voadores.

Medidas de Conservação:

A conservação dos morcegos do gênero Thyroptera é crucial para manter o equilíbrio ecológico nos ecossistemas onde habitam. Dado que esses morcegos desempenham papéis importantes no controle das populações de insetos, é fundamental implementar medidas de conservação eficazes para proteger seu habitat e garantir sua sobrevivência.

Uma das principais medidas de conservação é a proteção e preservação dos habitats naturais desses morcegos, que geralmente são florestas de baixio em regiões tropicais e subtropicais.

Isso inclui a conservação de áreas florestais intactas, bem como a restauração de habitats degradados para fornecer locais adequados para se alimentarem, reproduzirem e descansarem.

Além disso, é importante criar consciência pública sobre a importância dos morcegos e promover práticas de conservação entre as comunidades locais. Isso pode incluir programas educacionais em escolas e comunidades, bem como campanhas de sensibilização sobre a importância de proteger esses animais e seu habitat.

Outras medidas de conservação incluem a regulamentação de atividades humanas que possam ter um impacto negativo nos morcegos, como desmatamento, poluição e perturbação de suas áreas de reprodução e alimentação.

Também é importante realizar pesquisas científicas para entender melhor as necessidades e comportamentos desses morcegos, o que pode ajudar a informar políticas de conservação mais eficazes.

Para mais informações sobre morcegos e conservação clique aqui

Literatura: Reproduction and growth in a Neotropical insectivorous bat. GLORIANA CHAVERRI and MAARTEN J. VONHOF. Acta Chiropterologica, 13(1): 147–155, 2011. PL ISSN 1508-1109 © Museum and Institute of Zoology PAS doi: 10.3161/150811011X578697

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