Uma nova espécie de Preguiça-de-Coleira é redescoberta no Brasil

Uma nova espécie de Preguiça-de-Coleira é redescoberta no Brasil

Distribuição geográfica das preguiças, Bradypus torquatus e Bradypus crinitus na Mata Atlântica brasileira

O gênero Bradypus contém dois subgêneros de preguiças de três dedos, que compreendem quatro espécies: B. variegatus, B. tridactylus e B. pygmaeus, além da endêmica da Mata Atlântica brasileira, B. torquatus.

A preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) tem uma área de distribuição restrita compreendendo a costa atlântica dos estados brasileiros de Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Devido à perda de habitat, a preguiça-de-coleira é atualmente classificada como Vulneravel pela Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).

História Evolutivadas Preguiças:

As preguiças-de-coleira, também conhecidas como Bradypus torquatus, têm uma história evolutiva fascinante. Elas têm existido na América do Sul por milhões de anos, adaptando-se ao seu ambiente arbóreo único.

Dieta e Comportamento Alimentar das Preguiças:

Elas se alimentam principalmente de folhas, brotos e frutas, o que lhes confere um metabolismo lento. Sua dieta especializada e seu ritmo de vida tranquilo as tornam vulneráveis à desflorestação.

Época de Reprodução das Preguiças:

Geralmente, a época de reprodução das preguiças-de-coleira varia de acordo com a região, mas geralmente ocorre durante a estação das chuvas. As fêmeas dão à luz a uma única cria após um período de gestação de cerca de seis meses.

Variedade de Espécies de Preguiças:

Atualmente, é reconhecida só uma espécie de preguiça-de-coleira: Bradypus torquatus, No entanto, investigações moleculares mostram que B. torquatus pode ser subdividido em pelo menos três populações distintas.

Essas populações poderiam representar novas espécies dentro da espécie mais Bradypus torquatus, a preguiça-de-coleira brasileira.

Ameaças às Populações:

As principais ameaças para as populações de preguiças-de-coleira são a desflorestação e a fragmentação do habitat. A perda de florestas tropicais limita seu acesso a recursos alimentares e abrigo, afetando sua sobrevivência.

Medidas de Conservação:

Para proteger as preguiças-de-coleira, é crucial implementar medidas de conservação eficazes. Isso inclui a criação e expansão de áreas protegidas, a restauração de habitats degradados e a sensibilização pública sobre a importância da conservação da vida silvestre.

As preguiças-de-coleira são criaturas únicas e valiosas que enfrentam desafios significativos em seu ambiente natural. No entanto, com esforços de conservação adequados, podemos garantir sua sobrevivência e preservar a biodiversidade das florestas tropicais onde habitam.

Pesquisas recentes

Em um estudo recente sobre uma revisão taxonômica das preguiças-de-coleira, subgênero Bradypus do Brasil, liderado por Flavia R. Miranda do Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil, Se avaliou um táxon endêmico da Mata Atlântica do Brasil, Bradypus torquatus.

Os autores delimitaram a coalescente utilizando DNA mitocondrial e nuclear, apoiados por análises morfológicas e observações de campo e descobriram que duas espécies de preguiças-de-coleira podem ser reconhecidas: a preguiça-de-coleira do nordeste (Bradypus torquatus Illiger, 1811), presente nos estados brasileiros da Bahia e Sergipe; e a preguiça-de-coleira do sudeste (Bradypus crinitus Gray, 1850), encontrada nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Distribuição geográfica:

Bradypus torquatus ocorre em florestas úmidas e sazonais da Mata Atlântica, em áreas de transição com o Cerrado, e em restingas. A espécie foi registrada do nível do mar até cerca de 1.000 m de altitude.

Os registros de Bradypus crinitus são de florestas úmidas de baixada e montanas da Mata Atlântica e também ocorre na restinga, um habitat costeiro associado à Mata Atlântica. A altitude varia do nível do mar até 1.290 m.

Essas espécies divergiram no início do Plioceno e atualmente apresentam distribuição alopátrica. No mesmo artigo, eles discuteram o padrão biogeográfico das duas espécies de preguiça-de-coleira, comparando-o com outros mamíferos da Mata Atlântica.

Também sugeriram que o estado de conservação de ambas as preguiças-de-coleira seja reavaliado após este último rearranjo taxonômico.

Os pesquisadores recomendaram que estudos futuros pudessem se beneficiar investigando uma amostra mais ampla de loci e avaliando os padrões de incongruências genômicas, bem como sua relação com os padrões de fluxo gênico e a distribuição de polimorfismos ancestrais.

Também eles postulam que seria desejável verificar o potencial de cruzamento entre as espécies, uma vez que a introgresão pode até mesmo levar à divisão artificial em espécies com distribuições alopátricas.

Adicionalmente, futuros esforços devem buscar aprimorar os tamanhos da amostra para os dados morfológicos, a fim de abordar mais profundamente essas preocupações. No entanto, é importante destacar que o baixo número inerente de indivíduos nas coleções pode impor consideráveis desafios a este objetivo.

Além disso, mais estudos de campo podem ser importantes para caracterizar ainda mais as diferenças ecológicas entre as espécies.

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Acesso à informação detalhada:

Para uma leitura mais detalhada sobre o artigo sobre a nova espécie de Bradypus para a Mata Atlântica, acesse o seguinte link: https://doi.org/10.1093/jmammal/gyac059

Um comentário

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