Explorando o Mundo dos Ectoparasitas em Morcegos

Explorando o Mundo dos Ectoparasitas em Morcegos

Mosca ectoparasita

No vasto reino animal, cada criatura enfrenta seus próprios desafios e adversidades, e para os morcegos, um desses desafios são os ectoparasitas. Estes diminutos organismos, que habitam na superfície externa dos morcegos, podem ter um impacto significativo na saúde e no bem-estar desses mamíferos voadores.

Papéis dos Ectoparasitas nos Ecossistemas de Morcegos

Os ectoparasitas desempenham papéis importantes nos ecossistemas de morcegos, embora muitas vezes sejam vistos como uma inconveniência. Alguns ectoparasitas, como ácaros e pulgas, podem causar irritação na pele dos morcegos, enquanto outros, como piolhos, se alimentam de seu sangue.

Embora esses parasitas possam parecer intrusivos, também podem atuar como reguladores populacionais, ajudando a manter o equilíbrio ecológico nas colônias de morcegos.

Efeitos dos Ectoparasitas na Saúde dos Morcegos

Os ectoparasitas podem ter um impacto significativo na saúde dos morcegos. A coceira constante causada pela infestação de ectoparasitas pode levar a lesões na pele e até mesmo a infecções secundárias.

Além disso, alguns ectoparasitas atuam como vetores de doenças, transmitindo patógenos de um morcego para outro, o que pode ter consequências graves para as populações de morcegos como um todo.

Quem se Dedica ao Estudo dos Ectoparasitas em Morcegos?

A pesquisa sobre os ectoparasitas em morcegos é um campo multidisciplinar que envolve cientistas de diversas disciplinas. Entomologistas, biólogos da conservação, veterinários e ecologistas são apenas alguns dos profissionais que dedicam seu tempo e esforço para compreender esses organismos e sua relação com os morcegos.

Importância da Pesquisa e do Manejo de Ectoparasitas

A pesquisa contínua sobre os ectoparasitas em morcegos é crucial para compreender melhor sua biologia, seu impacto nos morcegos e as estratégias para gerenciar sua presença. Isso inclui a identificação de métodos eficazes de controle de ectoparasitas que minimizem os riscos para os morcegos e os ecossistemas em que habitam.

Os ectoparasitas são uma parte intrínseca, porém desafiadora, da vida dos morcegos. Por meio de pesquisa e manejo cuidadoso, podemos aprender a conviver com esses organismos e proteger a saúde e o bem-estar dos morcegos, contribuindo assim para a conservação desses fascinantes mamíferos voadores.

Estudos sobre ectoparasitas em Brasil

Em um trabalho publicado neste ano de 2024, intitulado “ASSOCIAÇÃO ENTRE MORCEGOS (MAMMALIA: CHIROPTERA) E MOSCAS DE MORCEGOS (STREBLIDAE, HIPPOBOSCOIDEA) EM FRAGMENTOS URBANOS NA AMAZÔNIA”, os pesquisadores ampliaram o entendimento das relações parasita-hospedeiro por meio de índices parasitários entre morcegos e moscas, além de descrever as comunidades de Streblidae e Chiroptera nos remanescentes florestais dentro do perímetro urbano de Altamira, Pará, Brasil.

Dados mais resaltantes

Eles coletaram morcegos em três fragmentos urbanos do município entre agosto de 2018 e julho de 2019, totalizando 465 espécimes de morcegos e 629 moscas ectoparasitas, todos pertencentes à família Streblidae.

Para a captura de morcegos, eles utilizaram oito redes de neblina (12 m × 2,5 m), que permaneceram abertas durante as primeiras seis horas após o pôr do sol e as redes foram verificadas a cada 30 minutos.

Dos morcegos capturados, os pesquisadores pegaram as seguintes informações: (i) sexo, (ii) peso e (iii) medida do antebraço para confirmação de identificação.

Eles coletaram dois casais de cada espécie, e fixaram em formalina a 10% para depois ser preservados em álcool a 70%. Todos os morcegos foram depositados na coleção ChiroXingu no LABECO, Campus Altamira da Universidade Federal de Paraná.

Indivíduos que foram capturados mas não coletados foram marcados com anilhas de alumínio numeradas sequencialmente.

Entre as infra-comunidades identificadas, a mais prevalente foi Trichobius dugesioides em Carollia perspicillata, um morcego que se alimenta de frutas.

Não observaram diferenças nos valores de intensidade de infestação entre os pontos de coleta, possivelmente devido a influências antropogênicas semelhantes nos ambientes, o que pode ter impactado na fidelidade aos abrigos e nos resultados de especificidade.

Identificaram que 65% das moscas foram consideradas parasitas não específicos, enquanto apenas 25% foram consideradas monoxênicas, e Megistopoda proxima foi classificada como oligoxênica para o gênero Artibeus.

Acesso a mais informações

Para uma leitura mais detalhada do artigo ir: Bernardi Vieira, T., R. J. Rodrigues Alexandre, S. V. Dias, S. A. Pena, Z. D. da Silva, L. Lima Correia, J. B. da Silva, F. B. Rodrigues & G. Graciolli. 2024. Association between bats (Mammalia: Chiroptera) and bat ‑ies (Streblidae, Hippoboscoidea) from urban fragments of Amazon. Mastozoología Neotropical, 31(1):e0990.https://doi.org/10.31687/saremMN.24.31.01.18.e0990

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